"O céu está no chão / O céu não cai do alto / É o claro, é a escuridão / O céu que toca o chão / E o céu que vai no alto / Dois lados deram as mãos...". Assim que as primeiras frases foram cantadas de supetão pelo vocalista do grupo Skank, Samuel Rosa, na música de trabalho do lançamento do disco "Cosmotron", em 2003, os fãs do grupo de rock perceberam uma modificação na sonoridade, já habituados ao estilo mais pesado e dançante dos trabalhos anteriores, na década de 1990. A música em questão era "Dois rios" (autoria do próprio Samuel, de Lô Borges e do antigo titã Nando Reis), uma balada que mostrava a aproximação do grupo mineiro com as influências conterrâneas do Clube da Esquina (movimento musical da década de 1970 que tinha Lô, Beto Guedes e Milton Nascimento como os nomes mais conhecidos) e estrangeiras da fase psicodélica dos Beatles e também do Oasis, fazendo com que "Cosmotron", uma produção do próprio Skank com Tom Capone e direção artística de Ronaldo Viana, fosse marcado por um viés nostálgico-futurista, algo que se desenhava desde o trabalho anterior, "Maquinarama" (lançado em 2000), em cujo repertório havia uma das primeiras parcerias entre Samuel Rosa e Lô Borges ("A última guerra", junto com Rodrigo Leão).
Não que o grupo formado por Samuel, Henrique Portugal, Haroldo e Lelo Zanetti tenha deixado de lado o peso e a fúria dos metais, pois além de "Dois rios", outra música do disco que também entrou no rol de sucessos midiáticos foi "Vou deixar", um rock zangado e desafiador composto por Samuel e Chico Amaral ("É, não quero hora pra voltar, não / Conheço bem a solidão, me solta / E deixa a sorte me buscar"). A introdução das guitarras e bateria da música virou uma marca registrada do Skank.....http://www.sidneyrezende.com/noticia/204276+cosmotron+o+futurismo+nostalgico+do+skank
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